POLUIÇÃO ELETROMAGNÉTICA

Iniciado por lacerdasuntzu, 27 Novembro 2008, 22:02

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lacerdasuntzu

Olá amigos para complementar o texto do Edson a respeito de irradiação.



POLUIÇÃO ELETROMAGNÉTICA


Prof. M.Eng. Carlos Fernando Jung
Centro de Tecnologia

FACCAT – Faculdades de Taquara


Atualmente devido a existência de inúmeros equipamentos eletro-eletrônicos que fazem parte das atividades diárias e de linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica cada vez mais necessárias, em função do desenvolvimento sócio-econômico, a população está inevitavelmente sujeita a radiação eletromagnética.

Que efeitos imediatos à saúde podem ser resultantes de tal exposição constante e que conseqüências trará às futuras gerações a poluição eletromagnética ? Qualquer tipo de radiação em níveis elevados é perigosa, este entendimento parece consenso popular, mas, até que ponto os campos eletromagnéticos resultantes de linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica podem causar risco a saúde poucas pessoas possuem conhecimento.

Os primeiros estudos publicados sobre os perigos da radiação eletromagnética originada por campos elétricos de baixa freqüência surgiram na União Soviética em 1972. Os cientistas observaram uma ocorrência maior de cefaléia e cansaço em pessoas que permaneciam sob constante radiação, por residirem ou trabalharem junto a linhas de distribuição de energia elétrica.

Segundo artigo publicado por Newton C. Braga (2000), os pesquisadores americanos Robert Becker e Andrew Marino em 1977 demonstraram às autoridades da cidade de New York que havia uma relação perigosa entre os campos elétricos de baixa freqüência, como os originados pelas linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica e a saúde humana. A pesquisa científica mais expressiva foi realizada em 1979 pela Drª Nancy Wertheimer que revelou as dimensões do problema. Esta pesquisadora publicou um trabalho estatístico que associava casos de leucemia infantil à proximidade das linhas de distribuição de energia elétrica.

Com base neste estudo as autoridades começaram a se preocupar com os efeitos destas radiações eletromagnéticas, criando legislações que tenham por objetivo impedir que as pessoas permanecem próximas a tais campos. Em países como a Inglaterra, França e Estados Unidos já é proibida a construção  de residências a menos de 100 metros de linhas de transmissão de alta tensão.

Para a Profª Drª Emico Okuno (1988) radiação é uma forma de energia, emitida por uma fonte, e que se propaga de um ponto a outro sob a forma de partículas com ou sem carga elétrica, ou ainda sob a forma de ondas eletromagnéticas. As ondas eletromagnéticas são constituídas de campos elétricos e magnéticos oscilantes (perpendiculares entre si) que se propagam no vácuo com velocidade constante, igual a 300.000 Km/s, que é a velocidade da luz.

O fenômeno da indução pela radiação pode ser entendido melhor, no caso de linhas de transmissão e distribuição de energia, ao se considerar que em torno de qualquer condutor percorrido por uma corrente elétrica é criado um campo magnético. No caso específico das linhas de transmissão de energia de 60 Hz no Brasil, este campo é considerado de baixa freqüência. Qualquer objeto condutor de eletricidade e que seja imerso neste campo terá uma corrente induzida. Como o ser humano é constituído de matéria condutora de eletricidade, pode-se detectar em suas extremidades tensões proporcionais de mesma freqüência, quando o mesmo estiver exposto em tais campos magnéticos.

Apesar deste fenômeno não ser considerado ionizante, ou seja, não ser capaz de arrancar elétrons orbitais de átomos neutros que compõe a matéria do corpo humano, os efeitos dessa corrente induzida no corpo pode ter implicações danosas atualmente fundamentadas pela teoria do "efeito ciclotrônico".

Para serem desenvolvidas pesquisas sobre a aceleração de partículas elementares a partir de impulsos gerados por campos magnéticos, está sendo utilizado um equipamento denominado de ciclotron. O princípio básico reside na aceleração contínua das partículas em uma trajetória circular. Na medida em que ocorre uma aquisição maior de energia, portanto, maior velocidade, a trajetória se altera e a partícula acelerada direciona-se a uma saída desejada para fora do sistema circular (bobinas geradoras do campo magnético).

Este sistema de aceleração de partículas é utilizado para "colisões" em átomos causando sua desintegração, assim podem ser realizados estudos sobre a composição molecular. Assim, analogamente, partículas submetidas a campos magnéticos de alta tensão podem sofrer alterações ocasionando modificações moleculares.

No corpo humano foi constatado que certos íons como o cálcio e o potássio, que são comuns no organismo exercendo funções relevantes como, por exemplo, nas junções das células nervosas e na medula, são ressonantes em freqüências entre 40 e 75 Hz. Sendo que a freqüência da energia elétrica é de 60 Hz, ocorre a possibilidade das partículas vibrarem de forma intensa similarmente ao efeito ciclotrônico. Segundo os pesquisadores nestas condições vibratórias as partículas aceleradas podem ocasionar a destruição das células, ou, o aparecimento de alterações celulares cancerígenas.

Experiências com cobaias que foram expostas a uma intensidade elevada de campos de baixa freqüência revelaram sintomas como, por exemplo, a incapacidade de ação dos glóbulos brancos, a inibição de certas funções nervosas.  Em função destes experimentos, alguns países já estudaram a possibilidade de mudança da freqüência da energia elétrica, evitando a ressonância das partículas fundamentais do corpo humano e os conseqüentes danos celulares.

Outro efeito e, talvez, mais grave consiste no desvio da trajetória de partículas radioativas oriundas dos raios cósmicos pelo campo magnético, que se forma em torno das linhas de transmissão de energia elétrica. O planeta terra recebe a cada instante uma grande quantidade de partículas radioativas, que penetram na atmosfera, são em grande parte já absorvidas na própria atmosfera sendo que as demais conseguem atingir o nível do solo. A maioria destas partículas atravessam nosso corpo, sem causar danos. Mas, o aumento da densidade destas partículas ao atravessar em determinados pontos o corpo pode ter por conseqüência a desintegração atômica, ou mesmo romper as ligações químicas entre os átomos que forma nossa matéria.

O que foi constatado é um efeito de "lente" que as linhas de transmissão produzem ao desviar e por conseqüência concentrar as partículas radioativas cósmicas, em função do elevado campo magnético que geram. Pesquisadores ingleses colocaram medidores Geiger junto a linhas de transmissão e constataram que estas "lentes" focalizam as partículas aumentando sua densidade em determinados pontos.

Os efeitos da radiação eletromagnética parecem ser cumulativos manifestando-se depois de muitos anos na saúde humana. Com o crescente aumento dos equipamentos eletro-eletrônicos, indústrias, sistemas de iluminação se faz necessário a implementação de mais redes de transmissão e distribuição de energia elétrica. Mas, sem dúvida, uma legislação adequada que previna a exposição do ser humano a tais campos é uma necessidade prioritária.

 
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